terça-feira, 16 de outubro de 2012


 
Vá e não olhe pra trás;

Vá, não se vire ainda, não é assim que se faz;

Vá! Apague a luz do que fomos nós;

Vá e sangre o eco no meu peito sem tua voz;

 
Vá, Eu ficarei aqui, no quarto vazio;

Ficarei sem nada, além da violência de um sorriso esguio;

Ficarei deitada sob o lençol que ainda arde;

Ficarei no chão, aos prantos mas sem alarde;

 
Volte, arrume toda essa desordem;

Volte, antes que meus pesadelos nos acordem;

Volte, ainda há muito o que contar;

Volte, há novos versos, há com o que sonhar;

 
Volte.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sob a luz baixa


Escrevendo sob a luz baixa;

Preso onde nada mais se encaixa;

Tudo flui sem sentido;

E nada corresponde aos anseios da libido;

 

Eu sempre estive aqui;

Alma inquieta a espera de um novo verso;

De algo novo que me leve pro outro lado, novos lagos, imerso;

Sempre estive aqui;

 

Há uma voz que ouve;

Voz que ouve a todos, nos levando para lugares nunca antes percorridos;

Há labirintos de almas, há corpos estendidos;

Estamos todos escondidos;

 

Há mundos sem fim;

Indo e vindo, eles são assim;

Uma nova trilha. A mesma caminhada;

O chão queima, no colo da mãe a criança imaculada;

 

Não há carvão, nem mesmo grafite;

Não há inspiração, se quer um mero convite;

Estão fazendo festa, a fogo queima alto;

Estamos aqui isolados a espreita do verbo que pula, como dy assalto;

 

Estarei aqui sob a luz baixa;

Estarei aqui onde tudo se encaixa;

Estarei aqui. Venham comigo, pois a luz está baixa;

Estarei aqui, escrevendo uma nova faixa;

 

Denis Eduardo