sábado, 29 de agosto de 2015

A menina e o apanhador de borboletas

À menina,
Deram asas de borboleta em vez do poder de voar;
Deram também olhos negros, um mar no qual navegar;

Ao apanhador de borboletas,
Em vez de redes, folhas em branco e grafite com versos a inventar;
Mente criativa e traços rápidos para borboletas encantar;

À menina
Manias de mulher bonita;
Bater de asas com um quê de consoante fricativa;

Ao apanhador...
Ah... Ele aprendeu a contemplar borboletas em seu voo marcante;
Olhos atentos... um novo meio para o fim de uma linha errante;

O céu...
Os brindou com quatro estações no ano;
Jardins e flores, nascer do sol, folhas secas sobre o chão e um vento                                           frio soprando pra longe qualquer engano;

Sobre a borboleta?
O apanhador jamais a viu e pouco sabe sobre ela, se é real ou se foi                                                                  feita à mão em branca tela;
Ele a tem no imaginário. Sob o sol é sombreada e sob a chuva,                                                    prisma que reflete as cores da aquarela;

Já o apanhador...
Não se pode apontar seu paradeiro;
Sabe-se apenas que mesmo sem um início, aos poucos ele a terá por                                                                                                  inteiro;


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fire

The soul crumbles under low heat;
Where is the Earth under my feet;

Buried deep alive;
There is no way escaping, just dive deep in;

Hold your breath;
Keep calm, there is no death;

Silence is not the way;
Scream out, make your choices and pray;

Fading to black;
There is no reverse for this track;

The world grows old on pain;
My blood runs out, is there any vein?  



sábado, 22 de agosto de 2015

O azul que não conheço

Bem acompanhada;
É assim que a vejo, ensolarada;

Fundo branco, dando espaço aos traços em azul;
És assim, algo que ainda não conheço, bussola que não aponta para o sul;

Não, ainda não a conheço;
Não sabes ainda más em teus dias e teus lábios, há o meu endereço.

O sol nascerá mais uma vez sobre nós;
E em meus ouvidos... tua voz, um não atroz;

Todas as nossas conversas sobre nada importante;
Me pego atento aos detalhes do seu lado inocente;

Eu sei que ainda não a conheço;
Vamos devagar... não terei pressa. É assim o começo;

Sei que ainda não a conheço;
... seu beijo;

Todos têm um novo segredo;
Talves você seja o meu... enredo, 

Sobre mim, meus versos seguiriam em frente, mesmo que você não os entendesse;
Sobre nós, eu sentiria sua falta mesmo que não a conhecesse.

Denis Eduardo

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Os olhos deles se deleitam ao perceber a própria humanidade;
Seus dedos tremem ao toque de cada porção de divindade;

Seus passos se eternizam sobre o solo quente;
Sua superioridade contestada pela inteligência decrescente;

Tudo são negócios e lucros;
Tudo são motivos, até mesmo os escusos;

Se a fé tem seu preço definido;
Os santos têm seu voto ou partido?

As virgens cobram por sua presença imaculada;
O artista clama pela pele branca, delicada;

Dez mandamentos ou sete pecados capitais ;
O que é que separa o homem dos minerais?



Borboletas

Caminhar por entre moinhos de vento;
Reverter o curso da água, mesmo que por um breve momento;
O bater de asas de uma borboleta que paira num jardim sem flores;
A beleza dos teus lábios, sussurros e novos temores;

Sua pele quente e branca;
Folhas de papel à espera de novos versos;
Seu toque, seus olhos;
Os ponteiros do relógio apontam o sentido inverso;

Não pare ainda, fale mais;
Deixe meus ouvidos perceberem algo na sua essência;
Deixe minhas mãos rabiscarem linhas tortas ou a simples coerência;
Não pare, não ainda. Faça mais...

Dois versos



O metrômetro marca os espasmos no ritmo;
Um perfume novo, um cheiro que só você entende;

Pulsação entrecortada, buscando alívio no intimo;
Venha continue por mim.

Feche meus olhos;
Os pensamentos estão imersos;

O atrito dos corpos no céu provocam reação!
Sob a água morna os sonhos estão dispersos;

Tome de mim, a caneta e o papel.
Tome pra si o ônus do pecado. Arranque esse véu;

... Continue, simples assim;
Essa poesia sem rima com versos sem fim...

...