sábado, 29 de agosto de 2015

A menina e o apanhador de borboletas

À menina,
Deram asas de borboleta em vez do poder de voar;
Deram também olhos negros, um mar no qual navegar;

Ao apanhador de borboletas,
Em vez de redes, folhas em branco e grafite com versos a inventar;
Mente criativa e traços rápidos para borboletas encantar;

À menina
Manias de mulher bonita;
Bater de asas com um quê de consoante fricativa;

Ao apanhador...
Ah... Ele aprendeu a contemplar borboletas em seu voo marcante;
Olhos atentos... um novo meio para o fim de uma linha errante;

O céu...
Os brindou com quatro estações no ano;
Jardins e flores, nascer do sol, folhas secas sobre o chão e um vento                                           frio soprando pra longe qualquer engano;

Sobre a borboleta?
O apanhador jamais a viu e pouco sabe sobre ela, se é real ou se foi                                                                  feita à mão em branca tela;
Ele a tem no imaginário. Sob o sol é sombreada e sob a chuva,                                                    prisma que reflete as cores da aquarela;

Já o apanhador...
Não se pode apontar seu paradeiro;
Sabe-se apenas que mesmo sem um início, aos poucos ele a terá por                                                                                                  inteiro;


Nenhum comentário:

Postar um comentário