sábado, 9 de junho de 2012

Jogos de azar (morte)

Não quero mais brincar dos teus jogos de azar;
Não quero mais cair sem saber sufocar;
Sem sentir o escuro ao me encontrar perdido
Nos meus pesadelos o teu ombro amigo;

Ao toque do entardecer
Ver o ouro empobrecer;
Deitar em sua pele quente e sentir o sangue esfriar;
Só não me faça brincar em teus jogos de azar;

Ah essa tua pele branca sussurrando pelos cantos;
Criando a cada instante o medo de sucumbir aos teus encantos;
Não importa o quanto eu lute em meus próprios sonhos de menino, me pego sempre deitado nesse chão frio de lápide estreita a me velar;
Mas não me faça sorrir em teus jogos de azar;

Há um terço em minhas mãos;
Fé alheia aos pensamentos e os joelhos em submissão;
Inerte à procura de uma migalha em teu olhar;
Não me faça apostar nesse teu jogo de azar;

(A mesa está pronta)... deitados sob o lençol de cetim;
Entregue ao azar da própria sorte;
As apostas estão fechadas, nos pulsos um corte;
Mais uma vez, sim, vamos jogar...

... Só não me faça viver sem teus jogos de azar...

Denis Eduardo

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