quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sem você


Venha. Deite-se comigo, não me deixe aqui sozinha;

Não consigo esconder o vazio que você deixou a mostra

Estamos caminhando à beira dessa encosta;

Estamos fugindo um do outro, mas nada mais importa;

 

Não quero mais viver sem sua ausência;

Não quero mais me misturar sem sua essência;

Nunca quis que fosse tão cheio de vazio;

Esse seu jeito de ser, de amar, frio;

 

Nunca quis que fosse assim;

Ainda há você dentro de mim;

Não quero permanecer apaixonada pela própria tristeza;

Não quero mais nadar contra sua correnteza;

 

Vá! Não olhe pra trás;

Não sou mais a mesma, veja o que você me faz;

Já não faz sentido;

Sempre tive em você Homem, amante, abrigo;

 

Não me reconheço mais na própria escuridão;

 

Não o vejo mais, vá pode ir;

Não solte minha mão, não me deixe cair;

Não há mais nada de errado comigo;

Vá! Mas não me deixe só sem teu ombro amigo

 

Não vá, sem você não consigo.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A different way


There are too many voices;
In my dreams, only small choices;
Where are we now?


 
There is a silence pushing me away from here;
I can't see beyond my own fear;
We are walking, but how?


 
Am I out of control?
Feeling the heat freezing the snow;
Too fast, and so slow;


 
They cannot understand;
What each word wants to say;
Thy way, our way.


 
Only those who can see, shall see;
Only those who can run, will be free;
Look, there is a different way...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Aos Homens

Não queira que eu vá além;

Não espere mais de mim;

Não morrerei mais uma vez, não assim;
 

Não diga Amém.

Não faça da minha vida um ofício;

Não estarei à beira do abismo para um novo sacrifício;

 
Não peça,

Não cresça, sequer mereça;

Não se lembre de mim, nem mesmo de joelhos, esqueça!

 
Não chore.

Não se iluda, diga meu Nome;

Não seja ingênuo, implore!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Meninos, Pão e Céu



O que dizer sobre meninos com pouca altura?

O que dizer dos calos na mão que mostram bravura?

Meninos que levam a vida com enxadas na mão;

Meninos que alimentam a própria inanição;

 

Meninos teimosos que abandonam suas mães em luto;

Almas que chegam e se vão sem sequer provar do santo fruto

Meninos que provam a fome na aridez do sertão;

Mães que choram os ossos sob a pele sem vida, resignação;

 

Meninos que não verão a fase adulta;

Meninos que pagam por crimes sem culpa;

Pequenas almas que têm na fome o algoz fiel;

Meninos que no leito de morte, nos braços da mãe, perguntam se há pão no céu;

 

Denis Eduardo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Parte de mim


Estou aqui! Mesmo não estando em mim, estou aqui;

Ainda sou eu, mesmo sem saber o por que, estou aqui;

 

Todas elas, a cada sussurro roubado, parte de mim.

Vozes doces, de pele macia, o sangue quente, parte sem fim;

 

Foram e serão tantas outras linhas rabiscadas no velho caderno ainda em branco, descritas em mim;

Sob outros panos, com os mesmos enganos, parte de mim?

 

Desconstruam as lembranças empilhadas ruindo dentro de mim;

Saiam agora! Sequer olhem pra trás, é só mais um fim;

 

Estejam vivas, rimas em minha poesia;

Venham, é preciso viver de modo impreciso, mas sem heresia;

 

Sejam o todo que constrói, digam que sim;

Vivam teu eu em meus versos, esvaziem o frio que há em mim;
 
Parte de mim.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Tanto faz


Um pouco menos;

Bem menos e ainda mais;

Seja você mesmo, vá além e volte atrás;

 

Vá diga o que pensas;

Queira, lute, brade por tudo aquilo que não te satisfaz;

Seja incapaz.
 


Levante os braços;

Serre os punhos, siga adiante;

São seus sonhos, descarte-os, é insignificante;

 

Siga em frente;

Retire as pedras, queira, não desista agora;

Respire fundo, é noite quase Aurora.


 
O fim está próximo;

Continue, é assim que se faz;

Há algo mais... além;


 
O fim está próximo;

Mostre tudo o que fez;

Construa ou desmonte, afinal, TANTO FAZ.

 
Denis Eduardo

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Nosso Fim


... E se for o fim?

Se é o fim, que seja assim;

Como entender o fim se ela ainda está em mim?

Mas como assim?

 

Fomos amigos;

Meu Eu e aquela pela morena;

Fomos ambíguos;

Minha carne contra a dela e a boca serena;

 

Tanto sentimento;

Fomos únicos mesmo que apenas por um momento;

E se for o fim?

Como esquecer aquele corpo nu diante de mim?

 

Antigas poesias ganharam um novo significado;

Velhos versos ganharam vida, Voçê esteve ao meu lado;

Teu eu, o seu meu Eu apaixonado;

O que houve de errado? ...
 
 
Denis Eduardo