sexta-feira, 8 de junho de 2012

Assim

Sim, eu sou assim;
Corpo quente, eloquente, vivo dentro de mim;

Eu sou assim;
Volátil, nos momentos certos, o incerto;
Serei assim, até o fim;

Sim, eu sou assim;
O puro e o pecado vivem dentro de mim;
Mas quem não é assim?

Até o fim;
A boca, os olhos, a voz, pulsam assim;
A fala e o sussurro gritam pra fora de mim;
Mas quem não me quer assim? Até o fim...

Intenso, inevitável, indo sempre até o fim;
No limite do corpo, a alma ainda diz que sim;
Mas ainda não é o fim;

Arrancando do corpo a fúria e a injúria, mesmo contra mim;
O amor, o calor e o desejo, negando o horror do sim;
Sucumbir aos seus braços, o beijo que cala o torpor do meu corpo dentro do seu;

Antes do fim.

Denis Eduardo

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