sábado, 22 de abril de 2017

Olhos atentos

Os fios brancos na minha cabeça são a prova de que o tempo está passando;
... as linhas se desenrolaram sob a ponta do grafite;
Tantos outros versos se acumularam sem sequer perceber que estiveram sob a vigilância da sua atenção;

Novos versos iam e vinham nos hiatos da minha imaginação;
Velhos traços e a mesma sombra de sempre a acompanhar minha agitação;
Lá ia eu e mais uma vez, sob a mira da sua atenção;

Sim, nós envelhecemos. E pensava ela que não a percebia, mesmo fraca estava ali, de prontidão;
Desde pequenos roedores, as sombras na minha escuridão;
Sua postura robusta afastava pra longe o mal que tentava assombrar sua família, sua por adoção;

Minha segurança agora está por um fio;
Se o que disseram tantas outras vezes for verdade, “ela zela por você”, já sinto um calafrio;

Sentirei sua falta!
Não ouvirei mais o alarme único dos seus passos ao meu encalço;
Não a terei mais como o olhar atento que por tantas vezes me alertou sobre um passo em falso;

Seus olhos fraternos não vigiarão por mim, não mais;
Se hoje meus passos a guiaram ao fim, me desculpe. [suspiro] Foi para que você estivesse em paz;

Nenhum comentário:

Postar um comentário